Guia de Iniciação Científica


O Guia de Iniciação Científica foi elaborado pelo CAM, PET-Mecatrônica e PET-Mecânica em conjunto. O intuito é responder as dúvidas dos alunos da graduação e apresentá-los as áreas de pesquisa dos departamentos do PMR e PME.

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Iniciação 2015


ANÁLISE DE MÉTODOS DE DETECÇÃO DE VAZAMENTO COM FOCO EM OPERAÇÕES DE OFFLOADING

Autor: Rodrigo Pereira Abou Rejaili
Orientador: Diolino José dos Santos Filho
Resumo: A pesquisa foi realizada com o intuito de obter uma comparação entre diferentes métodos de detecção de vazamento em dutos, avaliando a aplicabilidade desses na detecção e mitigação de vazamentos na operação de offloading (transferência de petróleo entre a plataforma e a FPSO – navio aliviador).

 

Iniciações 2016


USO DE ARQUITETURA 5C PARA IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA CIBER-FÍSICO EM UM SISTEMA MODULAR DE PRODUÇÃO

Autor: Arthur Alves Tasca
Orientador: Fabrício Junqueira
Resumo: Os Sistemas Ciber-Físicos (CPS) são apontados por vários autores como a ferramenta chave para o desenvolvimento da próxima geração de indústrias. Para propiciar seu desenvolvimento, existe a necessidade de arquiteturas que norteiem o planejamento e a implementação de um CPS em uma fábrica real. Diante disso, foi proposta a Arquitetura 5C, que está sendo aplicada de forma experimental neste trabalho para o desenvolvimento de um CPS que opere sobre uma estação educativa de um sistema modular de produção.

Por que fazer iniciação científica?


Hoje em dia, uma das grandes questões que aflige o formando de engenharia é a importância da pesquisa em sua formação. Será que podemos afirmar que a pesquisa está intrinsecamente ligada às atividades que garantem que você seja um engenheiro com perfil adequado para o mercado?

Basicamente, o ensino de engenharia está alicerçado em um conjunto de aulas teóricas em que se busca aplicar este conhecimento construído em aulas práticas oferecidas em laboratórios. É interessante prestarmos atenção no termo “construção do conhecimento”. No contexto apresentado, esta construção faz parte do processo de aprendizagem em que você complementa as informações obtidas em sala de aula para que o ciclo de transformação dado, informação, conhecimento seja completado.

Portanto, até o momento, construir conhecimento está sendo visto como um processo individual de aprendizagem, após estudo do que é ministrado em sala de aula. As atividades em laboratório podem ser interpretadas como uma oportunidade de aplicação deste conhecimento construído, em que o aluno tem condições de refletir sobre o papel da ciência e da tecnologia na engenharia. Isto basta para a nossa realidade atual?

Para termos uma ideia da realidade brasileira, no último levantamento realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico em 2011, envolvendo uma pesquisa do percentual da população entre 25 e 34 anos com ensino superior, o Brasil foi o último colocado dentre 42 países pesquisados: em 30 anos houve um crescimento de apenas 3%. Só para exemplificar, na Coréia do Sul o crescimento foi de 50%.

Por sua vez, existem indicadores que estimam que em cerca de cinquenta dias dobrar-se-á o conhecimento diretamente relacionado à formação de profissionais em 2020. Se esta é uma possibilidade que a cada momento parece se tornar cada vez mais concreta para um futuro próximo, então podemos entender como uma forte justificativa para desenvolver um amplo conjunto de habilidades nos formandos. A intenção deve ir além de um processo envolvendo a construção e aplicação do conhecimento associado às atividades de ensino em sala de aula. O paradigma que deve ser ajustado é o de ser necessário consolidar uma base de engenharia, mas que necessita de uma capacitação complementar: a capacidade de identificar a realidade, para posterior representação e que permita uma intervenção!

Parece um conjunto trivial de palavras, mas que deve ser considerado em um contexto dinâmico em que novas tecnologias e conhecimentos técnicos evoluem exponencialmente.

Hoje você é um aluno, amanhã será um profissional e depois de amanhã qual será a sua necessidade?

Imagine que você irá viver em uma tribo indígena no Alto Xingu.

Qual a sua expectativa sobre a evolução cultural daquela comunidade?

Como se comportaria dinamicamente a evolução do conhecimento neste ambiente?

Considere agora a sociedade que nos permeia. Quando existe um problema complexo não resolvido, aguarda-se o desenvolvimento tecnológico necessário para a solução do respectivo problema. A nova tecnologia permitirá visualizar detalhes que antes não eram considerados, isto é, eram abstraídos por simples conveniência. Mas estas abstrações passam a ser tornar aberrações que necessitam de tratamento! Daí surge o conceito de realimentação positiva produzido pelo avanço tecnológico: quanto maior o potencial para a solução de problemas, mais complexo torna-se o desafio futuro revelado por este avanço.

O modelo ocidental reconhece, principalmente, o conhecimento explícito, isto é, aquele que pode ser sistematizável e comunicável sem grandes esforços. O modelo oriental valoriza o conhecimento tácito que é aquele que foi construído na mente das pessoas, sendo amplamente aceito, e se constitui no ponto de partida para a inovação.

Se o conhecimento é tão importante, como devemos trabalhar com ele?

Formar um profissional que seja capaz de lidar com os desafios mostrados até o momento converge para a necessidade de desenvolver a habilidade de construção autônoma do conhecimento para que a geração de novos conhecimentos torne-se um hábito para a solução de novos problemas.

A chave para este dilema está no entendimento do que é a pesquisa. De uma forma geral, podemos definir como sendo um procedimento formal em que se aplica o método de pensamento reflexivo que exige um tratamento científico formal de tal forma que se caracterize por ser o meio para se conhecer a realidade, além de permitir o descobrimento de verdades que sempre devem ser interpretadas como parciais.

Uma vez que é intrínseco ao engenheiro o conceito de projeto, é fácil associar o conceito de projeto de pesquisa como sendo uma forma adequada para desenvolver a pesquisa para a solução de seus problemas.

No caso da Iniciação Científica desenvolver um projeto de pesquisa significa ensinar para o aluno o que é aplicar o método científico para a solução de problemas. O orientador deste aluno deve selecionar um tema que seja de seu domínio e que se constitua em uma oportunidade para a vida do engenheiro que está sendo formado, de tal forma que as atividades permitam que o aluno domine este método e jamais seja o mesmo quando for solucionar um desafio.

Em linhas gerais, este projeto de pesquisa deve contemplar: (i) seleção de um determinado problema; (ii) definição e diferenciação do problema; (iii) definição do conjunto de hipóteses que deve ser assumido; (iv) sistematização dos modelos e dos dados; (v) relatório para divulgação dos resultados da pesquisa.

Uma observação final: você estará apto a discernir entre a construção individual do conhecimento que você fazia e a construção de um novo conhecimento útil e que deve ser publicado para a comunidade e que provocará a evolução que norteou a nossa discussão.

 

Autor: Prof. Dr. Diolino J. dos Santos Filho. Tutor PET – Mecatrônica